De acordo com o comando de greve dos estudantes, a ocupação reúne alunos das faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e de de Arquitetura, Urbanismo e Design e da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), que fica na zona leste da cidade. Estas são as unidades que continuam sem aulas. Estudantes de outros cursos apoiam o movimento, mas não estão em greve.
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A diretoria da Associação de Docentes da USP (Adusp) diz que recebeu o informe com "indignação" e encaminhou, nesta quinta-feira (26), ao Conselho de Graduação da USP ofício no qual pede revogação da normativa. “É retaliação ao movimento estudantil, uma vez que limita a possibilidade de reposição de aulas e estabelece redução no percentual de frequência, o que pode resultar em reprovações indevidas e injustificadas”, afirma a Adusp.
Reitoria
Em nota divulgada nesta sexta-feira (27), o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior nega que a intenção do comunicado tenha sido a de “promover perseguição e retaliação de qualquer natureza”. Segundo Carlotti Junior, a circular pretendia alertar a comunidade acadêmica para a necessidade de encerrar m bom termo nosso semestre letivo”.
A nota informa ainda que as unidades que tiveram paralisação poderão fazer adaptações de conteúdo nas disciplinas até 22 de dezembro de 2023, data final do ano letivo. As notas relativas a essas disciplinas serão lançadas até o dia 9 de fevereiro de 2024, conforme calendário vigente.
“Torna-se factível o cumprimento da frequência mínima exigida regimentalmente. Caberá a cada docente, em consonância com sua Unidade, consolidar a frequência dos estudantes no semestre, levando em consideração as situações específicas. Portanto, com a volta às aulas, não há risco de que alunas e alunos, especialmente do primeiro ano, venham a ser prejudicados”, diz o texto.
USP Leste
O prédio principal da USP Leste, onde funciona a Escola de Artes, Ciências e Humanidades, está ocupado há 47 dias, conforme informações do comando de greve dos estudantes. “Ontem [26] votamos em assembleia, a maior que já tivemos neste ano, com 500 estudantes presentes e mais 500 acompanhando online, para manter a greve por prazo indeterminado”, disse a estudante de marketing Giulia Baffini, representante do comando de greve da EACH. Segundo Giulia, todos os cursos da unidade estão paralisados.
“Nossas demandas ainda não foram atendidas: dos 148 professores que a reitoria propôs contratar, temos expectativa de que apenas 3 venham para a EACH, o que não chega nem perto de atender a demanda de 51 professores que temos na nossa unidade”, acrescentou a estudante. De acordo com a reitoria, a EACH já havia recebido 21 vagas para contratação de professores de forma permanente.
Além de mais professores, eles pedem o retorno de 19 bolsas do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil que foram canceladas, segundo os estudantes, por erros da universidade ou mudanças no edital. “Também ainda não temos nenhum compromisso da efetivação da construção dos prédios já aprovados do plano diretor da EACH (um de pesquisa, um para a pós-graduação, um para permanência e a piscina)”, acrescenta a estudante.
A estudante considerou positivas as reivindicações já aprovadas com a mobilização, mas pediu uma formalização das promessas. “A diretoria da EACH ainda não recebeu nenhum comunicado oficial que informe a construção da creche que nos foi prometida, a expansão da oferta de refeições no restaurante universitário para os sábados não é assegurada com a contratação de mais funcionários.”
Sobre a confirmação das propostas negociadas no curso da greve, a reitoria explicou que “está atrelada ao fim da paralisação, o que não ocorreu até o momento”. A proposta da administração envolve a disponibilização de 1.027 vagas para docentes, das quais 879 já faziam parte da política de contratação da universidade e mais 148 que serão distribuídas de acordo com as perdas ocorridas em cada unidade no ano de 2022.
Link original Agência Brasil