O presidente relembrou o encontro com o sociólogo, pela última vez, há menos de três meses, em Roma, e elogiou o amigo. “Intelectual incansável e homem público apaixonado, sempre foi um defensor das causas sociais, do avanço das conquistas humanas e de um mundo mais justo e solidário”.
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Lula destacou que De Masi sempre foi muito atento e carinhoso com o Brasil e que o intelectual não teve medo de se posicionar, mesmo em momentos considerados mais difíceis. Na nota de pesar, Lula fez referência à ocasião em que o sociólogo italiano o visitou, em 2019, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, quando esteve preso.“Serei eternamente grato pela visita que fez quando eu estava preso em Curitiba. Fiquei feliz em poder reencontrá-lo na sua querida Itália”, escreveu o presidente, .
O presidente Lula disse que a obra do sociólogo, conhecida e valorizada em todo mundo, deixa ensinamentos, alunos e admiradores.
"Estou surpreso e triste pelo falecimento do meu amigo, o sociólogo Domenico De Masi, que encontrei pela última vez, há menos de três meses, em Roma. Estava, como sempre, animado, com análises inteligentes e cheio de ideias e planos.
Intelectual incansável e homem público apaixonado, sempre foi um defensor das causas sociais, do avanço das conquistas humanas e de um mundo mais justo e solidário. De Masi sempre foi muito atento e carinhoso com o Brasil, sempre visitando o país e sem nenhum medo de se posicionar, mesmo nos momentos mais difíceis. Serei eternamente grato pela visita que fez quando eu estava preso em Curitiba. Fiquei feliz em poder reencontrá-lo na sua querida Itália.
De Masi deixa uma imensa obra conhecida e valorizada em todo mundo. Deixa também muitos ensinamentos, alunos e admiradores.
Domenico De Masi
O intelectual italiano Domenico De Masi nasceu em Rotello, em 1938. O sociólogo foi professor emérito de Sociologia do Trabalho na Universitá di Sapienza, em Roma.
Na Itália, é chamado de sociólogo dos trabalhadores, por ser referência internacional em estudos sobre a sociologia do trabalho.
Domenico é autor de dezenas de livros. O mais conhecido é o best seller O Ócio Criativo, de 2000, com mais de 200 mil exemplares vendidos, no qual defendeu que o tempo livre do cidadão não é algo necessariamente negativo, mas pode estimular a criatividade pessoal.
Entre outros títulos escritos pelo italiano, estão A Economia do Ócio, Desenvolvimento Sem Trabalho, Criatividade e Grupos Criativos, A Emoção e a Regra e O Futuro do Trabalho.
Com o educador e teólogo brasileiro Frei Betto, Domenico De Masi escreveu o livro Diálogos Criativos, onde debatem sobre temas da pós-modernidade, do avanço tecnológico à sociedade de consumo, da educação à filosofia, da teologia à política.
Ainda sobre o Brasil, em 2015, o italiano Domenico De Masi escreveu 2025 - Caminhos da cultura no Brasil: Um olhar sobre o futuro. Para a obra, ele contou com a contribuição de diversas personalidades brasileiras, para formar um mosaico colaborativo com variadas vozes e pontos de vista. O objetivo foi traçar um panorama sobre a situação atual do Brasil e as perspectivas para o que seriam a próxima década.
Em abril 2010, recebeu o título de Cidadão Honorário do Município do Rio de Janeiro, da Câmara Legislativa, pela relação que o sociólogo italiano teve com o Brasil.
Lula
Em junho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o sociólogo, em Roma. A reunião durou cerca de 1 hora. De acordo com nota emitida à época, pela Presidência Da República, “os dois conversaram sobre a conjuntura política atual no Brasil e na Itália, as questões sociais que preocupam os dois países, e abordaram a necessidade de se estabelecer a paz tanto na Europa quanto no resto do mundo”.
Lula já havia visitado o escritor, em 2015 e 2020, na Itália.
Em abril de 2019, Domenico De Masi foi uma das celebridades que visitou Lula na prisão, em Curitiba. Na saída do prédio da Polícia Federal, após o encontro privado, Domenico De Masi fez declarações à imprensa e ao público, que fazia vigília local. Na ocasião, Domenico concordou com intelectuais de esquerda de que Lula estava encarcerado injustamente.
“Ele continua sendo uma grande liderança do mundo e, talvez, a liderança mais importante que tem neste momento”, declarou à época. Domenico ainda compreendia que o prestígio de Lula não tinha mudado no mundo, pelo fato de estar encarcerado, naquele momento, em 2019.
Link original Agência Brasil