A opinião é do diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), embaixador Ruy Carlos Pereira. Presente no evento preparatório, em Belém, Pereira classificou a participação de representantes de entidades, movimentos sociais, universidades, centros de pesquisa e agências governamentais como “uma experiência extremamente interessante”, com potencial de impactar inclusive a definição de futuras ações da agência.
Notícias relacionadas:
- Censo 2022: Brasil tem 1,69 milhão de indígenas.
- Diálogos Amazônicos: governo vai facilitar acompanhamento de propostas.
- Cúpula: acordo deve evitar ponto de não retorno da Amazônia.
“Tenho confiança de que colheremos bons frutos [do evento]. Aliás, nos dois ou três eventos de que já participei, acho que conseguimos fixar a ideia de um novo verbo para a língua portuguesa, que é o verbo amazonizar. Ou seja, é preciso efetivamente amazonizar as políticas públicas”, acrescentou o embaixador, explicando o sentido da proposta.
“Amazonizar é fazer com que os conhecimentos tradicionais dos povos que dependem da floresta para viver e para continuar a existir sejam incorporados às soluções que normalmente recebemos do mundo desenvolvido como soluções adequadas à manutenção da floresta amazônica", explicou.
"Este verbo se aplica tanto à própria Amazônia, como também a outros biomas, onde há a presença de comunidades tradicionais e povos indígenas, como Cerrado, o Sul do Brasil, o litoral da Bahia”, disse Pereira, enfatizando que a ABC, agência vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), responsável por organizar o sistema brasileiro de colaboração internacional, planeja estreitar os laços com as organizações e entidades, públicas e privadas, que representam as comunidades tradicionais e os povos indígenas.
“[Isso] já estava no panorama da cooperação internacional para o desenvolvimento praticada pelo Brasil, mas de uma forma ainda um pouco incipiente. Esta possibilidade de estarmos aqui, no Diálogos Amazônicos, nos trouxe muito maior proximidade, intensidade, em termos de diálogo, e uma muito melhor compreensão de como podemos atuar conjuntamente com os povos indígenas, com o Ministério dos Povos Indígenas, com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), com as associações que reúnem as etnias indígenas e também da região - porque a Amazônia não é só brasileira [referindo-se aos demais países que compartilham parte do bioma] -, para incorporar estes novos atores à comunidade de interessados pela cooperação internacional para o desenvolvimento praticada pelo Brasil.”
Link original Agência Brasil